quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Brasília, 09 de outubro de 2013

Ouvinte ou surdo?

     O que me chamou muito a atenção foi uma menina que é surda e tem resíduo auditivo muito bom! Ela fica confusa e essa confusão é muito visível, porque além de falar português muito rápido, ela fala LIBRAS. Essa confusão pode ser porque ela ainda não está adaptada a essa realidade difícil. Muito surdos não gostam que ela fale português sem falar LIBRAS.
     O filme que assistimos hoje tem o tema de inclusão, porque explica a comunicação entre surdos e ouvintes pela webcam (câmera no computador). É importante mostrar coisas legais como essa porque a maioria dos filmes mostra as dificuldades dos surdos, mas a vida dos surdos não tem só dificuldade.
    É importante falar também que o projeto está crescendo e muitas pessoas estão interessadas nele.Por exemplo, além dos alunos de vários cursos, hoje foram duas outras alunas fazer uma reportagem sobre o projeto e ficaram muito interessadas. Eu estou adorando o meu desenvolvimento e meu aprendizado de LIBRAS. Quero continuar assim e aprender mais rápido a me comunicar com os surdos!
Brasília, 02 de outubro de 2013

Hoje foi um dia interessante porque vimos mais um vídeo criado pelos surdos. O assunto do filme é: Como os surdos sentem a vibração das músicas?
Várias pessoas, surdos e ouvintes, deram opinião para melhorar a compreensão do filme. Foi muito importante porque o filme foi modificado e ficou muito mais claro!
É importante a opinião de muitas pessoas porque cada um percebe o filme de uma maneira diferente. No final, a soma das opiniões faz o filme ficar muito melhor e mais claro!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Brasília, 11 de setembro de 2013

Não sei por onde começar!
Cheguei na sala do professor e havia algumas pessoas conversando em LIBRAS. Eu me sentei e logo perguntei se o professor já tinha chegado, mas me responderam que ele não viria para a UnB hoje. Continuamos conversando e percebi que a Laura estava organizando algumas coisas para a aula. Ela que conduziu a aula de hoje. Percebi que ela estava muito empenhada e esforçada para nos mostrar alguns vídeos.
Antes da exibição dos vídeos, entretanto, formamos pequenos grupos de ouvintes e surdos para interagirmos. Foi a partir daquele momento que ficamos um pouco dispersos, apesar de esforçados. Na verdade, eu não gostei muito da maneira como nos comunicamos porque muitos de nós ainda estamos tímidos. Seria interessante criar um roteiro contendo algumas perguntas que servisse como guia para nossa comunicação.
Depois desse momento, foi engraçado que alguns surdos estavam interessados em nos mostrar alguns sinais de surdos japoneses. Eles estavam muito felizes por isso e, então, perguntamos muitos sinais para eles. O momento foi de descontração e divertimento. Confesso que foi difícil aprender muita coisa porque ainda não sabemos nem os sinais de LIBRAS.
O último momento foi a apresentação dos filmes. Os dois filmes estavam muito bonitos e eu adorei o filme da Laura porque ela tocou uma música e isso foi emocionante. É muito legal o carinho e a atenção de todos com o surdo cego. É uma demonstração de humanismo e harmonia!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Brasília, 04 de setembro de 2013

A interação continua e a comunicação melhora!!



O professor se atrasou e isso foi maravilhoso. Começamos a interagir, mesmo que pouco, com os surdos em frente à sala do professor. Foi interessante, porque conseguimos nos expressar e conseguimos compreendê-los também.
Fomos para a sala e lá continuamos a interação. Foi um dia muito proveitoso e vejo que o projeto da cultura surda está dando certo, porque a cada dia temos mais pessoas se interessando em aprender sobre a cultura surda.
Alguns surdos apresentaram suas histórias e eu gostei de todas, especialmente da história do surdo cego e das surdas que conseguem falar e ouvir português, mas preferem falar em LIBRAS. é interessante que cada história me faz refletir de maneira diferente, porque cada história é única e especial.
Tenho observado que os ouvintes estão aprendendo LIBRAS muito rápido. Isso porque estamos todos muito interessados em nos comunicar mais com os surdos.
Brasília, 24 de agosto de 2013



Hoje foram exibidos a todos alguns filmes feitos pelos surdos. Eu já tinha visto os vídeos em outra disciplina, mas gostei muito de rever. A cada vez que vejo algo pela segunda vez tenho a impressão de que novas coisa são percebidas por mim com mais detalhes. Desta vez, por exemplo, percebi que os vídeos são feitos com muito capricho e que envolve muitas etapas. Isso me impressiona por saber que há uma preocupação e um empenho muito grande por parte de quem os faz.
A interação com os surdos está se tornando cada vez mais fácil, porque estamos conseguindo nos comunicar de maneira mais efetiva. Percebo, que apesar do que muita gente fala, não existem dois mundos distintos: o mundo dos surdos e o mundo dos ouvintes. Existe apenas duas culturas diferentes compostas por pessoas iguais. e essas pessoas só são diferentes por que todos os seres humanos possuem suas individualidades. Á medida que vamos nos aproximando, vamos desenvolvendo mais nossa capacidade de comunicação e, assim, criamos uma cultura comum a essas pessoas. O maior aprendizado é garantir que essa comunicação seja efetiva a partir do momento que o ouvinte se torna disposto a aprender LIBRAS.
Por meio desses filmes, os surdos conseguem sensibilizar os ouvintes para que estejam dispostos a essa abertura para aprender.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Brasília, 26 de agosto de 2013



     Iniciamos a aula com um intérprete, pois o professor bateu o queixo no chão durante o fim de semana e estava impossibilitado de falar muito. Foi interessante demais, porque prestei atenção a todos os sinais e na dificuldade de traduzi-los para o português. Hoje havia apenas um surdo, o Rafael. Ele é muito divertido e engraçado, além de se comunicar muito rápido. O Rafael me faz pensar como é difícil entender uma língua diferente sem ter calma, porque para ele é normal fazer os sinais rapidamente, mas para nós, ouvintes, é complicado acompanhar tudo porque estamos aprendendo LIBRAS agora. Sei que ele não faz por querer e sim porque é a rotina dele. É interessante que o Rafael se mostra muito paciente com todos os ouvintes e repete todos os sinais quantas vezes nós pedimos.
    Hoje percebi também que aquela parde de vidro que achei estranha no primeiro dia de alua tem sua utilidade: serve para despertar o interesse por LIBRAS dos outros alunos da outra sala. Muitos alunos olhavam curiosos para o professor, que ficou a maior parte da aula em pé. Acredito que isso possa ser importante para a divulgação da LIBRAS, tanto pela curiosidade, quanto pela importância que aqueles alunos possam estar dando a esse tipo de comunicação.
     O tradutor foi fundamental para que essa aula se desenvolvesse de maneira natural, porque sem ele provavelmente terminaríamos a aula mais cedo. Esse é um dos motivos que a divulgação da LIBRAS deve ser intensificada cada dia mais.
     Percebo que todos os alunos estão tão interessados na Cultura Surda quanto eu e isso me motiva ainda mais a aprender sobre esse mundo tão fascinante.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brasília, 21 de agorsto de 2013

      Eu vesti esta camisa...




         A hora já não me importa mais. É uma felicidade tão intensa que mal posso me conter aqui assim quieto no meu corpo. Preciso me mexer: são movimentos aleatórios, inicialmente. Sinto que irei nascer agora numa nova cultura, a cultura surda. 
         Eu juro que não me lembro de quando eu nasci aqui, no mundo dos ouvintes, mas quero para sempre me lembrar dos primeiros momentos nesse meu novo mundo surdo. Não chorei, mas tive vontade. O choro não expressaria muito bem o que estava acontecendo dentro de mim: era pura satisfação por poder pertencer a uma realidade ao mesmo tempo tão perto e tão distante do que eu conhecia. Procurei prestar atenção em cada detalhe. Foi impossível porque eu não entendia muita coisa. Foram momentos mágicos e, no fim, pura satisfação!
         Isso resume o meu primeiro contato imerso na cultura surda. Entrei numa outra sala, sem aquela parede estranha de vidros. Alguns colegas já estavam sentados e, então, me sentei para conversar com eles. O professor logo chegou, mas ficou na porta porque pensou que ainda estava tendo outra aula. Falamos para ele entrar, ele veio com a Marília e ela estava tão sorridente e me pareceu muito simpática. Iniciamos, então, uma apresentação pessoal com o auxílio do professor. Ele conversava com a Marília por meio de LIBRAS e também falava com a gente. A nossa amiga E. nos ajudou bastante nesse primeiro momento, porque ela já sabe muitos sinais.
         Depois de algum tempo, para minha surpresa, chegaram muitos outros surdos. Fiquei feliz demais! Nós nos sentamos em círculo sempre na disposição de um surdo e um ouvinte, para facilitar nossa interação. Nossa, foi ótimo! Eles nos deram nossos sinais que representam nossos respectivos nomes. Adorei o meu. Ficamos repetindo os nomes e os sinais, uns dos outros para fixarmos, mas confesso que não me lembro de todos. Fico até sem graça por isso. Espero que todos eles compreendam que ainda estou crescendo nesse mundo encantador deles.
         Todos os surdos foram muito atenciosos e pacientes. Eu já me sinto como sendo uma pequena parte da vida deles e quero aumentar mais ainda o vínculo com cada um.
         Foi uma tarde maravilhosa. Apesar de eu não ter conversado com todos, sinto um carinho especial pela turma. Não vejo a hora de chegar logo a próxima quarta-feira para aprender muito mais...
         Minha empolgação está tão intensa que eu tenho falado para tomos mundo sobre essa experiência maravilhosa pela qual estou passando!